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A diferença entre a teologia da reforma e a teologia reformada








Chegamos em 31 outubro de 2017. Para nós, Protestantes, é um dia importante, pois estamos comemorando mais um aniversário da Reforma Protestante, hoje em especial, 500 anos. Estamos relembrando o ato heroico de um ex-monge agostiniano chamado Martinho Lutero, que em 31 de outubro de 1517, apregoou suas famosas 95 teses na porta da Catedral de Wittemberg, na Alemanha. Como assembeiano e protestante, me preocupo mais uma vez com o uso que alguns (digo alguns de propósito) se utilizarão desta data para praticar o proselitismo calvinista. 

Em outubro surgiram minicursos sobre Reforma Protestante em denominações reformadas e em seminários de vertente Calvinista. Não estou negando o direito destes irmãos realizarem este tipo de evento. Como assembleianos, também temos este direito.

 O que me preocupa é o fato de haver assédio para que os irmãos assembleianos e outras denominações participem destes eventos. Se o evento é legítimo, tudo bem! Mas, qual a diferença entre um evento para comemorar a Reforma e um evento para fazer proselitismo? É o conteúdo. Outra coisa: qual é o motivo de focar sobre os irmãos assembleianos para fazer estes cursos? Será que não existem assembleianos competentes para falar sobre o evento em suas denominações? 


Outra coisa que me incomoda nestes cursos (que geralmente duram entre uma e duas semanas) é a inserção do Grego e Hebraico. Qualquer pessoa que já estudou teologia sabe que em uma ou duas semanas não poderá ser suficiente para se estudar o evento em si (a reforma) e ter noções reais de Grego e Hebraico. Está claro que este apelo é um link inegável com o proselitismo, a intenção de mostrar em Grego e Hebraico, os textos básicos utilizados (de maneira isolada) a “predestinação calvinista”, que é muito diferente da predestinação bíblica.
Sendo assim, um curso sobre reforma protestante deve enfocar os eventos que geraram a reforma e seus atores, bem como os lemas da reforma, que devem ser aceitos e defendidos por toda denominação genuinamente protestante. A teologia que sai da reforma, em consenso geral, são os cinco lemas da reforma:


Somente a fé; Somente a graça; Somente Cristo; Somente a Escritura; Somente a Deus a glória;
Estes lemas estavam lutando contra os desmandos da Igreja Católica Romana da época que obrigava as pessoas a aceitarem suas doutrinas peculiares e antibíblicas como: Infalibilidade papal; venda de indulgências (as pessoas compravam terrenos no céu e a saída dos parentes do purgatório por grandes somas de dinheiro, etc.), a venda de relíquias (como as cascas da cruz ou o leite da virgem, etc.), adoração de imagens de esculturas, intercessão dos santos, etc. (Leia sobre João Tetzel e a venda de indulgências). Quando lemos a história logo percebemos que os Cinco Solas da Reforma estavam lutando contra estes desmandos. Se você participa de um curso que joga em cima de você os cinco pontos do Calvinismo (que é algo muito posterior a Reforma em si), você está em um curso de proselitismo a favor do Calvinismo (muitos Calvinistas defendem que o Calvinismo é o evangelho, que uma pessoa só será salva se for calvinista e que se você não é calvinista então você não é um protestante genuíno). Perceba a diferença. Ser protestante é estar alinhado aos cinco Solas da Reforma, não aos cinco pontos do Calvinismo (Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irresistível e Perseverança dos Santos – deve ser dito que os três do meio são realmente heresias). Quando o Grego é inserido neste tipo de curso proselitista é para tentar inserir os termos gregos para Eleição e Predestinação, que são termos bíblicos, para tentar dizer que estes termos defendem a ideia de Predestinação Incondicional (supra, infralapsária, e a heresia da Dupla Predestinação).
Outra coisa que se pretende alcançar neste modelo de curso, inserir Calvino como o grande nome do Cristianismo protestante. Sabemos que isto não é verdade, apesar de Calvino ter sido um sistematizador importante. Contudo, quando Lutero apregoou as suas 95 teses, Calvino tinha apenas 8 anos de idade e quando Lutero debateu com Erasmo de Roterdã, Calvino tinha apenas 12 anos de idade. Quando o nome de Calvino é inserido nestes cursos, todos os seus erros são negados, até mesmo ocultados (leia o capítulo 5 do livro “Que amor é este?” do Dave Hunt), assim como os erros na sua teologia (leia o capítulo 4 do mesmo livro “A Surpreendente conexão entre o catolicismo e o calvinismo”). (todos os reformadores erraram e a história não nega).


Resumindo, você não precisa frequentar um curso para conhecer a história da Reforma Protestante. Segundo, você não precisa aderir aos cinco pontos do Calvinismo para estar alinhado com a Reforma Protestante, basta apenas estar alinhado aos Cinco Solas da Reforma Protestante. (você não precisa ser Luterano ou Calvinista para ser um protestante genuíno, só precisa estar alinhado aos cinco solas como afirmado). Quer conhecer sobre a Reforma na sua denominação? Peça ao seu pastor um curso e você não estará sendo submetido a estratégias já conhecidas de proselitismo. Portanto, fique atento, os convites para estes cursos já estão chegando e o alvo são os assembleianos! Os calvinistas sequetraram a Reforma ao insinuarem que este evento foi calvinista, não permita que esse engano seja perpetuado!
By Walson Sales.

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